quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Carnaval em Ponta Grossa - Celso 11234

Porque lutar pela valorização da Cultura?
NOSSO CARNAVAL 


                                                Baile Municipal Fantasia Boneca Gigante

Nasci em Ponta Grossa no Bairro de Olarias, aos 18 anos fui estudar em Curitiba e quando voltei à morar aqui um dos primeiros Projetos que organizei foi o Resgate do Carnaval no Bairro onde nasceu os primeiros Blocos desta festividade e não tinha mais nenhuma Escola de Samba para representá-lo. Tudo começou na Usina de Conhecimento junto com o Produtor Cultural Alfredo Mourão e depois com os Acadêmicos do Curso de Turismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa, muitas pesquisas, muito material e conseguimos trazer de volta a Escola Nova Princesa de Olarias.
No ano seguinte comecei a trabalhar na Fundação Cultural justamente com este propósito "Melhorar e Valorizar o nosso Carnaval". Conseguimos organizar 7 Escolas de Samba através de um Projeto de Lei de Incentivo que Eu fiz, todas conseguiram se organizar com CNPJ e a verba deu para fazer um belo desfile na avenida. Também formei a Liga das Escolas de Samba e fui eleito o seu 1º Presidente.
Porque o Carnaval é importante pra mim?
Minha casa em Olarias ficava no meio das Escolas de Samba e todo o Bairro participava desta Manifestação Cultural que tem uma história linda e é uma das mais antigas de nossa Cidade.
Uma atração que leva mais de 30 mil pessoas, faça sol faça chuva, para a Avenida Dr. Vicente Machado para assistir o desfile muitas vezes prejudicado pela falta de apoio do empresariado local.
Como gosto de salientar nosso Carnaval não foi trazido do Rio ou de qualquer outro lugar, nasceu aqui e merece ser valorizada.


Carro alegórico desfilando na avenida confeccionado em meu Atelier ....


Um pouco desta História, matéria divulgada no Jornal da Manhã:

O CARNAVAL QUE EU PARTICIPEI

>> Já fiz o que pude ajudando as escolas de samba e até ganhei muito dinheiro assessorando outras cidades
O Carnaval que eu participei e participo, nunca foi um local de bêbados, de putaria e outros adjetivos como ouço por aí e olhe que adoro o Carnaval e posso dizer não sou nenhum “santo”. Sou artista e dentre tantos segmentos que atuo posso me considerar um carnavalesco pelos anos de trabalho dedicado ao Carnaval tanto como organizador como participante.
Tive e tenho ótimos amigos carnavalescos e muitos serviram de inspiração para que eu quisesse fazer minhas fantasias e sair em muitas Escolas de Samba, aqui em Ponta Grossa, e em outras Cidades, e posso garantir quem sai uma vez quer ir sempre.
Já fiz o que pude ajudando as escolas de samba e até ganhei muito dinheiro assessorando outras cidades a organizar e criar Escolas de Samba para atrair público e garantir verba e empregos nesta época em que a maioria das pessoas querem sair, viajar e se divertir.
O Carnaval de Rua quando bem organizado é lindo, leva muitas famílias para o dia do desfile, gera recursos para a economia informal e diverte o povo que vai assistir o espetáculo, mas desde que bem organizado é claro.
O povo tem direito a esta festa seja participando junto as suas Escolas, costurando, ensaiando, tocando na bateria, trabalhando unido e a duras penas na maioria dos lugares onde não se dá o devido valor a sua Cultura e também merece saber quando e onde surgiu esta tradição, cada cidade com sua História, isto é função de quem administra a Cultura, de quem forma nossos historiadores e principalmente de quem ama as Tradições Culturais de seu País e não quer que elas morram.
Ainda sonho em conseguir os barracões para cada Escola transformando-os em centros de criatividades (Uma vergonha uma Cidade como a nossa não ter nenhum) onde a comunidade, crianças, jovens, adultos poderão participar duante todo anos das inúmeras atividades que podemos colocar lá dentro: Escola de costura, escola de artesanato aulas de dança, música, artes, capoeira, etc etc.
História do Carnaval começou aqui antes de 1900. Começou com Maximiliano Caillot, vindo da França junto com um grupo de imigrantes comandados por Jean Maurice Faivre para colonizar uma grande área de terras chamada de Colônia Thereza Cristina, nos Campos Gerais. Dedicados à música, sua adaptação as terras acabou-se não acontecendo e Maximiliano Caillot transferiu-se para nossa região casando-se aqui com Maria Madalena, tiveram três filhos: Paulo, Maximiliano e Gabriel. A família, além de outras atividades dedicavam-se ao circo. Gabriel conheceu uma negra chamada Floripa e logo estavam apaixonados, apesar do preconceito que havia na época, os negros eram escravos alforriados ou descendentes deles. Raul casou-se com Floripa e foi morar na região conhecida hoje como bairro de Olarias, 

A família reunia amigos para saraus com muita música. Unindo com a tradição cultural de sua esposa negra, o batuque da capoeira e do candomblé, religião dos negros está mistura só podia dar em samba, entre as décadas de 1940 e 1950 surgiram os primeiros blocos de carnaval criados pelos filhos de Maximiliano e Floripa: Raul Caillot, Alcides e as filhas Dalva e Evanira, esses blocos cresceram e deram origem as escolas de samba, o gosto pelo samba e pelo carnaval incentivou outras famílias e atualmente as sete escolas de samba formadas por descendentes dos primeiros carnavalescos da região.
Celso Parubocz
cparubocz@gmail.com
*Autor é carnavalesco e Artista Contemporâneo.

Escola Globo de Cristal

Escola de Samba Ases da Vila

Escola de Samba Águia de Ouro.










Celso Parubocz
11234
cnpj 25.948.809/0001-70

Nenhum comentário:

Postar um comentário